No atual panorama tecnológico, a Inteligência Artificial (IA) continua a revolucionar vários sectores e a aumentar o ritmo da transformação digital. Entre os avanços inovadores da IA está o ChatGPT, um modelo de linguagem inovador desenvolvido pela OpenAI.
Neste artigo encontrará um guia completo para compreender a natureza do ChatGPT, a sua novidade e as suas aplicações práticas. Ao aprofundar o funcionamento desta ferramenta de transformação digital, exploramos as oportunidades que apresenta e as limitações que devem ser consideradas quando a utilizamos em diferentes contextos.
O que é o ChatGPT e como está relacionado com a transformação digital?
O ChatGPT é um Large Language Model (LLM) desenvolvido pela OpenAI. Baseia-se na arquitetura GPT-3.5, que significa “Generative Pre-trained Transformer 3.5”.
Como qualquer LLM, o ChatGPT foi treinado numa enorme quantidade de dados textuais da Internet, o que lhe permite compreender e gerar respostas de texto semelhantes a respostas humanas. O seu objetivo é interagir em conversas e fornecer informações relevantes e coerentes com base nos dados que vai recebendo.
O que é Generative AI
Generative AI, o conceito subjacente ao ChatGPT, refere-se ao domínio da Inteligência Artificial centrado na criação de modelos capazes de gerar novos conteúdos.
Em vez de aprenderem a escolher o melhor resultado, de um conjunto pré-definido de resultados (como acontece com a maioria dos modelos de Machine Learning), estes modelos generativos conseguem gerar novos textos, imagens, música ou outras formas de conteúdo que se assemelham muito aos conteúdos criados por humanos.
As técnicas de Generative AI permitem que as máquinas aprendam a reproduzir os padrões, estilos e características encontrados nos dados de treino.
O que são Large Language Models (LLM)
Os LLM, como o ChatGPT, são um tipo específico de modelos generativos que se destacam na compreensão e geração de linguagem humana. Estes modelos são treinados em quantidades massivas de dados, normalmente contendo milhares de milhões de textos, para aprender os padrões estatísticos subjacentes e as relações entre palavras e frases.
Ao tirar partido de arquiteturas de Deep Learning, os LLM podem gerar respostas coerentes e contextualmente relevantes. Conseguem-no captando o contexto do texto de entrada e utilizando os padrões aprendidos para gerar resultados adequados.
Os LLM têm sido utilizados em várias aplicações, incluindo chatbots, geração de conteúdos, tradução de línguas, sumarização de texto, etc.
O que é, então, o ChatGPT?
Em resumo, o ChatGPT é uma implementação específica de um LLM que utiliza técnicas de Generative AI. Foi concebido para participar em conversas e simular respostas humanas, com base na sua aprendizagem em enormes quantidades de texto.
Generative AI centra-se na criação de modelos que podem gerar novos conteúdos e os LLM são um tipo específico de modelo generativos, especializados em tarefas de compreensão e geração de linguagem humana. Estes modelos têm o potencial de revolucionar vários domínios, contribuindo significativamente para a transformação digital.
Que inovações traz o ChatGPT para a transformação digital?
Segundo Yann LeCun, cientista principal de Inteligência Artificial da Meta, em termos das suas técnicas subjacentes, o ChatGPT não é particularmente inovador. O modelo em que se baseia, o GPT-3.5 da OpenAI, é composto por vários elementos de tecnologia desenvolvidos ao longo de muitos anos por outras entidades, como a Google, a Meta e outras empresas de tecnologia e laboratórios de investigação.
Particularmente, a arquitetura de Deep Learning que é utilizada para treinar este modelo é baseada numa invenção da Google, revelada em 2017, no artigo científico “Attention Is All You Need”, publicado na conferência “Neural Information Processing Systems”. Desde então, esta arquitetura tem sido utilizada como base para treinar muitos destes modelos, denominados LLM (Large Language Models), incluindo o ChatGPT.
O que distingue o ChatGPT dos LLM anteriores é a sua capacidade de gerar respostas mais consistentes, coerentes e contextualmente relevantes. A OpenAI também fez avanços significativos na redução de vieses e preconceitos e na mitigação dos riscos associados à geração de conteúdo prejudicial. Através de uma extensa aprendizagem e afinação, o ChatGPT tornou-se mais fiável e digno de confiança, proporcionando uma experiência de conversação mais cativante e substancial.
Quais são as aplicações práticas do ChatGPT para a transformação digital?
Apostar em inteligência artificial para geração de conteúdos
É neste domínio que o ChatGPT mais se destaca, podendo ser utilizado para:
- Gerar ideias de histórias originais, esboçar enredos e descrições de personagens;
- Ajudar escritores, sugerindo direções criativas de escrita;
- Gerar automaticamente conteúdos para artigos e publicações em redes sociais, com base em parâmetros específicos e preferências de estilo;
- Editar e rever conteúdos escritos para melhorar a gramática, a clareza e a coerência;
- Criar resumos informativos de artigos de notícias, livros e outros materiais escritos.
Com estas e outras aplicações, o ChatGPT pode servir como um assistente de escrita útil, aumentando a produtividade e a eficiência.
Otimizar o apoio ao cliente recorrendo à inteligência artificial
O ChatGPT pode melhorar os sistemas de apoio ao cliente, fornecendo respostas instantâneas, respondendo a perguntas frequentes e tratando de questões de rotina, reduzindo assim a carga sobre os agentes humanos.
A sua capacidade de compreender e adaptar-se às perguntas dos utilizadores torna-o uma ferramenta valiosa para agilizar as operações de apoio ao cliente.
Utilizar inteligência artificial para educação
No setor da educação, o ChatGPT pode ser utilizado para gerar conteúdos educativos e dar feedback e orientação em tempo real. Um exemplo muito poderoso desta aplicação é na aprendizagem de línguas.
A capacidade do ChatGPT para participar em conversas torna-o um companheiro ideal para aprender línguas. Pode simular conversas da vida real, oferecer exercícios práticos e dar feedback instantâneo, tornando a aprendizagem de línguas mais interativa e interessante.
Recorrer à inteligência artificial para programação e debugging de código
Com as suas capacidades de processamento de linguagem natural, mas também certas linguagens de código, o ChatGPT consegue compreender descrições de tarefas de programação e gerar código para as resolver. Esta capacidade também se estende ao ponto de auxiliar no debugging.
Analisando a estrutura do código e as mensagens de erro, o ChatGPT consegue fornecer recomendações para estratégias e técnicas de debugging adequadas, ajudando assim os programadores a identificar e resolver erros de código de forma mais eficiente.
Que limitações técnicas e questões técnicas levanta a utilização do ChatGPT na transformação digital?
Embora o ChatGPT apresente capacidades impressionantes, é crucial reconhecer as suas limitações. O ChatGPT pode, ocasionalmente, fornecer respostas imprecisas ou sem sentido, particularmente quando apresentado com perguntas ambíguas ou descontextualizadas. Também tende a ser excessivamente verboso e pode não conseguir fazer perguntas esclarecedoras, quando confrontado com informações ambíguas.
Por conseguinte, a supervisão humana e a afinação periódica são essenciais para garantir a exatidão e fiabilidade das respostas.
Em baixo, evidenciamos alguns exemplos, em que estas limitações se tornam claras.
Situação 1
Situação 1: exemplo de uma interação com o ChatGPT, em que são perguntados factos sobre países
Uma vez que foi treinado para responder com palavras estatisticamente corretas, o ChatGPT – tal como qualquer modelo de Inteligência Artificial – pode fornecer informações erradas.
Esta ferramenta foi concebida especificamente para conversação e embora possa abordar parcialmente outros casos de utilização (código, tradução, etc.), não foi concebida para verificar se algo faz sentido ou não.
Situação 2
Situação 2: exemplo de uma interação com o ChatGPT, em que lhe é pedido para resolver um problema matemático
O ChatGPT não foi concebido para compreender a tarefa que lhe é pedida, não pode fazer raciocínios lógicos por natureza, como a resolução de problemas matemáticos, mas outras ferramentas dedicadas existirão ou poderão ser desenvolvidas.
Integrar o ChatGPT com o Wolfram Alpha, por exemplo, combinará o potencial dos chatbots com o potencial do raciocínio matemático.
Situação 3
Situação 3: exemplo de uma interação com o ChatGPT, em que são perguntados factos sobre computação
Não foi concebido para verificar factos, mas para responder às perguntas do utilizador segundo os dados em que foi treinado. O utilizador pode sentir que o chatbot está a fornecer fontes de informação quando simplesmente gera os resultados mais prováveis.
Para além destas limitações, é ainda fundamental garantir uma utilização ética do ChatGPT. Os programadores e as organizações devem estar atentos para evitar que o modelo gere conteúdos prejudiciais ou enviesados. Devem ser implementados sistemas de monitorização contínua e de moderação robustos para evitar qualquer potencial utilização indevida.
Na tabela abaixo apresentamos algumas destas questões, divididas em preocupações legais e preocupações éticas, bem como as respetivas mitigações que estão a ser postas em ação.
Afinal, qual é o papel do ChatGPT na transformação digital?
O ChatGPT representa um avanço significativo na transformação digital do nosso mundo, oferecendo uma ferramenta transformadora tanto para empresas como para indivíduos. A sua capacidade de gerar respostas coerentes e contextualmente relevantes abre inúmeras aplicações práticas em vários sectores.
Desde o apoio ao cliente à geração de conteúdos, da ajuda na aprendizagem ao suporte em tarefas de programação, o ChatGPT já demonstrou o seu potencial para aumentar a produtividade e agilizar as interações entre humanos e máquinas. No entanto, é essencial abordar a sua utilização com cautela, considerando as suas limitações e garantindo uma utilização ética.
Ao compreender e aproveitar de maneira eficaz o poder do ChatGPT, tanto empresas como indivíduos podem desbloquear novas oportunidades e criar experiências mais dinâmicas e enriquecedoras.
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