A Axians, marca do grupo VINCI Energies dedicada às Tecnologias de Informação e ao desafio da Transformação Digital, tem vindo a desenvolver diversas iniciativas com Sir Paul Collier, professor de economia e política pública na Universidade de Oxford, e um dos mais conhecidos especialistas em desenvolvimento económico e políticas públicas do mundo.
Com a presença de Sir Paul Collier em Portugal, a convite da Axians e da APDC, foram apresentadas e debatidas algumas das principais convicções do professor. Num diálogo aberto entre o especialista e Pedro Faustino, Managing Director na Axians Portugal, com cerca de 70 líderes de diversos setores – público, privado e social – foi unânime a urgência de repensar a economia nacional com a sociedade civil.
Sir Paul Collier deixou algumas orientações estratégicas para Portugal:
- investir na literacia económica das populações jovens votantes, para aumentar a sua participação política;
- convocar os media para uma posição responsável de firmeza contra as fakes news e polarização das redes sociais;
- repensar o papel das lideranças públicas e privadas numa comunicação de verdade e proximidade;
- reavivar a memória do pós-guerra para travar os mesmos erros e antecipar sacrifícios;
- investir em políticas públicas que perdurem além de um mandato: na energia, educação e saúde;
- desafiar os líderes empresariais para um ativismo com foco no bem comum;
- desenvolver urgentemente um ecossistema propício à inovação;
- garantir maior diversidade de pensamento chamando a debate quem não costuma ser ouvido;
- combater urgentemente o envelhecimento da população;
- aproveitar a oportunidade atual, aqui e agora, da sociedade se unir na mudança;
Pedro Faustino, Managing Director na Axians Portugal, afirma que:
este encontro/think tank foi um grande alerta para as medidas políticas e económicas que precisam de ser tomadas já. Esta é a grande conclusão que tiramos da presença de quase 70 líderes – da banca, energia, seguros, à saúde, tecnologia, terceiro setor, telecomunicações e até media – que foram ouvidos nesta discussão. Quatro alertas foram transversais: 1. urgência de investimento nas fontes de energia alternativas até ao final do ano; 2. a necessidade de uma comunicação corajosa de verdade por parte das lideranças empresariais e políticas, para combater o perigo dos populismos; 3. a descentralização da inovação através da co-criação de um plano de sustentabilidade económico e social em conjunto com as comunidades locais; e, 4. a absoluta necessidade de cooperação entre empresas e entre estas e o Estado – a Europa vive um momento de ameaça existencial em que a única resposta possível é a cooperação (entre países e entre todos os agentes económicos) e temos todos a obrigação de o fazer.
Rogério Carapuça, Presidente da APDC, afirma:
a Europa e Portugal já provaram que é possível inventar e inovar, quando as situações exigem essas capacidades. Como foi o caso da pandemia de Covid-19. Vivemos agora uma guerra, com todas as incertezas e instabilidades inerentes, e teme-se já para 2023 uma recessão económica. Este encontro veio reforçar a ideia de que é preciso agir já e em múltiplas frentes. Os sinais de alerta multiplicam-se e só em conjunto e parceria e cooperação – empresas e organizações, estados e cidadãos – conseguiremos garantir um futuro sustentado que resultará da conjuntura e de uma revolução digital que é cada vez mais acelerada, a par da urgência da transição energética.