A Eficiência Energética dos Edifícios requer uma abordagem multidisciplinar de modo a garantir que as diversas fontes de (in)eficiência são convenientemente acauteladas. Por outro lado, é importante referir que os ganhos variam substancialmente entre intervenções (ver infografia abaixo). Neste sentido, qualquer iniciativa de eficiência energética deverá ser sempre acompanhada por uma estratégia global concertada.

Com o objetivo de ajudar os nossos clientes na jornada da transição energética dos seus edifícios, apresentamos a nossa nova oferta Axians E3: a abordagem integrada à Eficiência Energética dos Edifícios.

A abordagem tem como princípio orientador o conceito de Nearly Zero Energy Buildings (NZEB). Os NZEB são edifícios com muito elevada eficiência energética e reduzida pegada carbónica. A energia necessária deverá ser obtida a partir de fontes renováveis preferencialmente em regimes de autoconsumo.

Componentes do Sistema Integrado de Gestão do Edifício (pessoas e requisitos, processos, equipamentos e tecnologia e estrutura)

 

O esquema seguinte apresenta a nossa Abordagem, organizada em cinco níveis de análise.

Nível 1: Pessoas

Acreditamos que a eficiência energética deve ter como principal foco o conforto das Pessoas que utilizam o edifício. De facto, para além dos benefícios energéticos, é fundamental que as intervenções promovam a qualidade do espaço interior (e.g.: temperatura, luminosidade, humidade, etc.). Mais ainda, as intervenções devem ser orgânicas (i.e., intuitivas e de fácil compreensão) e, na medida do possível, invisíveis (i.e., automáticas e inteligentes), de forma a eliminar as tarefas rotineiras e de baixo valor acrescentado (ex.: desligar as luzes do piso, da sala de reuniões, ou do ar condicionado).

Quando as pessoas realizam as tarefas de valor acrescentado em condições de elevado conforto e qualidade assistimos a um aumento progressivo da produtividade e da satisfação.

Ainda assim, é natural que a jornada para um NZEB implique alterações comportamentais e culturais. A nossa abordagem contempla o acompanhamento das equipas e pessoas de forma facilitar as transições energéticas.

Nível 2: Processos

Um edifício suporta tipicamente múltiplas tarefas. De igual forma, podemos identificar diversos propósitos para a utilização de um edifício, tais como, trabalho, lazer, ou visita.

A utilização diária do edifícios está assente sobre um vasto conjunto de processos formais (ex.: receção de encomendas ou ) e informais (ex.: utilização de espaços comuns para atividades sociais).

Os processos implicam consumo energético e, mais importante, podem gerar importantes ineficiências (ex.: a abertura contínua de portas). É desta realidade que surge o Nível 2 relacionado com a eficiência dos Processos.

Neste Nível iremos mapear os processos com impacto energético e, mais importante, tentar conhecer a pertinência e razão de existência. Certos processos, em particular os informais, surgiram para suprir determinadas necessidades. A sua proibição é tipicamente ineficaz. Como o objetivo é a redução do consumo energético, é importante analisar a melhor forma de formalização e, em simultâneo, minimizar dos consumos energéticos.

Nível 3: Equipamentos e Tecnologia

Qualquer edifício dispõem de uma vasta quantidade de Equipamentos e Tecnologia, tais como, AVAC, bombas de calor, elevadores, escadas rolantes, equipamentos informáticos (ex.: servidores), etc.

Toda a tecnologia padece de obsolescência, que implica atualizações periódicas por versões atuais e mais eficientes. Durante a operação, a manutenção adequada é fundamental para garantir os níveis de eficiência. Tradicionalmente, a manutenção é estática determinada por intervalos temporais ou horas de utilização. Tal abordagem não permite acautelar deterioração precoce de determinados elementos.

Neste Nível realizamos um varrimento aos equipamentos tecnológicos , e respetivo estado de manutenção, no sentido de mapear o estado de conservação e eficiência energética.

Uma das tarefas incluídas neste Nível são as soluções energéticas de autoconsumo tais como painéis solares, energia eólica e, se relevante, produção de hidrogénio verde. O autoconsumo é determinante para a obtenção de NZEB pois reduz a dependência de fontes energéticas externas.

A sensorização, numa lógica de IoT, permite a monitorização em tempo real dos equipamentos, respectivos estados de manutenção e consumos energéticos. Esta dimensão está incorporada no Nível 5.

Nível 4: Arquitetura e Infraestrutura

A Arquitetura e os elementos passivos, tais como orientação solar, soluções construtivas, materiais, ou aberturas (i.e., portas e janelas) têm uma elevada influência na eficiência energética dos edifícios.

Intervenções em fachadas, coberturas e aberturas geralmente resultam em ganhos energéticos substanciais, particularmente em edifícios mais antigos que fizeram uso de materiais e técnicas construtivas menos eficientes.

Neste Nível fazemos um levantamento da inércia térmica do edifício, identificando as áreas com maiores pontes térmicas e ineficiência energéticas.

Nível 5: Plataforma de Gestão Inteligente

A jornada de um NZEB não está completa sem a instalação de uma Plataforma de Gestão Inteligente orientado por princípios de inteligência artificial, big data, e sensorização (i.e., IoT), que determine o comportamento energético mais adequado do edifício, equipamentos e utilizadores.

Em termos simplificados, a Plataforma vai monitorizar as pessoas (ex.: ocupação das salsa, percursos preferências, etc.), os processos (ex.: abertura/fecho de portas), os equipamentos e o edifício (com recurso a sensores), e as condições ambientais (ex.: temperatura, exposição solar, etc.).

Com base em algoritmos inteligentes vai realizar um vasto conjunto de funções, nomeadamente: alarmísticas de usos excessivos ou inesperados, controlo automático de equipamentos e aberturas, monitorização do estado de conservação, etc.

A Plataforma pode ainda realizar análises preditivas para antecipar taxas de ocupação e desta forma preparar a utilização de espaços para determinado uso (ex.: a climatização de uma sala poderá ser iniciada com alguma antecedência para minimizar o consumo energético); ou utilizar comportamentos passados e atuais para identificar oportunidades de melhoria e antecipar necessidades (ex.: manutenção) e usos.

A realidade energética em Portugal e na Europa: A Lei do Clima

A Comissão Europeia apresentou, em dezembro de 2019, o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal) que pretende tornar a Europa o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050.

Este tratado define a atual estratégia de crescimento para a UE e identifica um conjunto alargado de objetivos e metas.

De modo a garantir o cumprimento destes objetivos, a Comissão apresentou, em 2020, a primeira Lei Europeia do Clima que propõe duas metas juridicamente vinculativas:

  • Emissões líquidas nulas de gases com efeito de estufa em 2050;
  • Redução líquida de, pelo menos, 55% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030, em comparação com os valores de 1990.

A Lei foi adotada pelo Parlamento Europeu em julho de 2021.

No último dia de 2021, o Governo Português aprovou a Lei de Bases do Clima (Lei 98/2021), que declina em direito nacional a legislação Europeia.

Com esta Lei, o Estado Português compromete -se a alcançar a neutralidade climática até 2050, que se traduz num balanço neutro entre emissões de gases de efeito de estufa e o sequestro destes gases pelos diversos sumidouros. Mais ainda, o Governo compromete-se a avaliar, até 2025, a antecipação da meta da neutralidade climática, tendo em vista o compromisso da neutralidade climática o mais tardar até 2045.

A Lei adota as seguintes metas de redução, em relação aos valores de 2005, de emissões de gases de efeito de estufa, não considerando o uso do solo e florestas:

  • Até 2030, uma redução de, pelo menos, 55 %;
  • Até 2040, uma redução de, pelo menos, 65 a 75 %;
  • Até 2050, uma redução de, pelo menos, 90 %.

Muito importante, a Lei chama a sociedade civil a ser um agente de mudança. Em particular define uma longa lista de sujeitos da ação climática, incluindo os cidadãos, as empresas privadas e outras entidades de direito privado. Assim, todos temos o dever de contribuir ativamente para o comprimento destas metas.

Neste contexto, podemos antever que os próximos anos (e décadas) serão períodos de elevada intensidade de intervenções de eficiência energética e descarbonização nos vários setores da atividade económica e social.

Naturalmente, os edifícios serão um dos objetos de intervenção. De facto, em Portugal, os edifícios (serviços e residencial) são responsáveis por 5% das emissões de Gases com Efeito de Estufa e por cerca de 30% do consumo de energia.

Uma das razões para a relevante pegada carbónica dos edifícios é a reduzida eficiência energética. Cerca de 75% das construções na UE são ineficientes do ponto de vista energético. Em Portugal, este valor é superior a 90%.

O que diz a Componente 13 do PRR dedicada à eficiência energética dos edifícios?

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é o principal instrumento da UE para recuperar da pandemia de COVID-19. Este mecanismo define um vasto conjunto de investimentos, agrupados em Componentes.

A Componente 13 é dedicada à eficiência energética dos edifícios, e contempla uma dotação orçamental de 300 M€, para edifícios da administração pública e de serviços.

Esta componente visa apoiar um conjunto diversificado de investimentos e projetos, entre os quais:

  • Sistemas e equipamentos para melhorar a gestão de consumos de energia;
  • Melhorias passivas ao nível da envolvente;
  • Melhorias ativas através de intervenções que visem a eficiência hídrica ou Intervenções que promovam a incorporação de materiais amigos do ambiente.

Os ganhos de eficiência energética vão produzir benefícios a diversos níveis:

  • Ambiental: resultante da menor pegada carbónica e gasto de recursos;
  • Económico: fruto da redução dos consumos de energia e de outros recursos;
  • Operacionais e de Funcionamento: devido à redução das avarias ou do mau funcionamento dos equipamentos e edifício;
  • Qualidade para os utilizadores: decorrente das melhorias no conforto do edifício.

Vejamos de seguida a visão Axians sobre a melhoria na performance energética dos edifícios para depois passarmos à abordagem metodológica e ao Twin Transition Lab – que acompanha o cliente em toda a sua jornada da transição energética e descarbonização do edifício.

Abordagem Metodológica Axians E3

A Visão Axians E3 é suportada numa metodologia completa que acompanha o cliente ao longo de toda a jornada da transição energética e descarbonização do edifício.

A metodologia é suficiente flexível para se adaptar a qualquer edifício ou permitir a entrada em qualquer momento da jornada, sendo constituída por seis fases independentes:

Abordagem Metodológica Axians E3 é flexível e composta por 6 fases autónomas:

  • Fase 1 – Diagnóstico: procede à caracterização da eficiência energética atual do edifício;
  • Fase 2 – Ambição & Visão: define as metas e prioridades de aumento de eficiência e requisitos de qualidade ambiental interior e, respetivos, horizontes temporais;
  • Fase 3 – Roteiro: define o roadmap de intervenções e projetos;
  • Fase 4 – Oportunidades de Financiamento: analisa, e caracteriza, as oportunidades de financiamento disponíveis para suportar a transição energética;
  • Fase 5 – Implementação: das medidas definidas na Fase 3 e financiada na Fase 4;
  • Fase 6 – Operação e Manutenção: é a última Fase e refere-se ao período que se inicia após o término da intervenção.

Twin Transition Lab: Iniciativa Axians dirigida aos líderes nasce para facilitar a transição energética (e digital)

O Twin Transition Lab é uma iniciativa Axians para a dupla transição digital e energética. O Lab tem uma equipa dedicada de consultores e engenharia capaz de responder às suas questões.

A Eficiência Energética dos Edifícios é, por definição, uma área multidisciplinar que agrega diversas especialidades, tais como engenharias (ex.: ambiente, civil, mecânica, eletrotécnica, sistemas, informática, etc.), arquitetura, gestão ou recursos humanos.

A Axians tem uma vasta experiência na gestão de projetos complexos possuindo o know-how necessário à coordenação das várias equipas envolvidas na transição energética e digital dos edifícios.

Ao escolher a Axians como parceira nesta jornada tem a garantia de trabalhar com uma marca tecnológica do Grupo Vinci Energies Portugal (VEP), líder de mercado nas Tecnologias de Informação e Comunicação e no Digital. Por sua vez, o Grupo VEP reúne um conjunto de outras empresas – Omexon, Actemium, Vinci Facilities, Sotécnica – de engenharia e sistemas. Em conjunto, a Axians e as demais empresas do Grupo VEP são especialistas em todas as etapas da transição energética e digital dos edifícios.