A chegada da Inteligência Artificial Generativa acelerou, de forma substancial, o progresso no campo do Machine Programming, uma área da Inteligência Artificial que trata do desenvolvimento autónomo de software.
Atualmente, é uma das promessas mais empolgantes da Inteligência Artificial.
O Machine Programming tem o potencial de acelerar a transformação digital à escala global, proporcionando um aumento significativo na produtividade dos profissionais de TI e democratizando o desenvolvimento de software, um conceito denominado pela Gartner como Citizen Developer.
Low-Code, No-Code e Inteligência Artificial
Os domínios da produtividade das equipas de programação e do Citizen Developer têm sido liderados por tecnologias Low-Code e No-Code.
Estas tecnologias prometem um aumento considerável na produtividade do programador tradicional. Oferecem, também, a possibilidade de indivíduos com conhecimentos limitados de TI desenvolverem aplicações para atender às suas necessidades ou das suas equipas.
Podemos ver essa visão é refletida num artigo da OutSystems, onde a empresa portuguesa anuncia avanços para enfrentar o crescimento dos Citizen Developers.
A Inteligência Artificial Generativa como disruptora do Low-Code e No-Code
A Inteligência Artificial Generativa pode tornar-se uma grande disrupção para todo o setor do Low-Code e No-Code.
Se as máquinas começarem a programar por nós, como parece que poderá vir a acontecer, qual será a necessidade de termos plataformas de Low-Code e No-Code?
O Citizen Developer tornar-se-á um prompt manager, sem a necessidade de olhar para o código, dispensando dessa forma qualquer plataforma de programação? E para os profissionais de TI, algo semelhante poderá ocorrer, com 80% das suas atividades apoiadas na Inteligência Artificial Generativa (como prompt managers) e envolvendo apenas interações diretas com o código nos restantes 20%, especialmente em situações mais complexas (com a aplicação do Princípio de Pareto)?
O desafio provocado pela Inteligência Artificial nas plataformas Low-Code e No-Code
Certamente, parece haver um grande desafio para as plataformas Low-Code e No-Code, que podem não se generalizar como se esperava, sendo ultrapassadas pelos avanços da Inteligência Artificial Generativa no campo do Machine Programming.
Estas plataformas estão a equipar-se com as mesmas ferramentas no campo da Inteligência Artificial Generativa – conforme indicado pela Appian, que desenvolveu o tema do desenvolvimento em Low Code apoiado pela Inteligência Artificial Generativa. Mas será que conseguirão acompanhar os investimentos dos gigantes do setor de TI (Microsoft, Google, Facebook, etc.)?
Será possível manter as mesmas políticas de preço, ou elas inevitavelmente terão que se tornar mais competitivas para preservar parte da sua relevância no processo de desenvolvimento de software?
Estas são questões que serão respondidas com o tempo, com base na velocidade dos avanços na Inteligência Artificial Generativa e nas plataformas de Low-Code e No-Code. A realidade é que a Inteligência Artificial Generativa é uma tendência disruptiva que colocou uma pressão considerável nestas plataformas, tornando o futuro delas mais incerto.
A Inteligência Artificial Generativa matará as plataformas de Low-Code e No-Code?
Na verdade, ninguém consegue responder a esta pergunta com exatidão. Ainda não sabemos que nível de autonomia a Inteligência Artificial Generativa poderá alcançar na geração de código e qual a necessidade de intervenção humana. No entanto, é uma variável a ser considerada por aqueles que estão a planear o futuro das suas equipas de desenvolvimento.
Perante este cenário, qual deverá ser o nosso curso de ação? O grau de incerteza é considerável, e a Inteligência Artificial Generativa tem progredido a passos largos, prometendo um impacto significativo em toda a indústria de TI.
É essencial cavalgar esta tendência, conduzir extensas experimentações, auxiliar as equipas de desenvolvimento na adaptação tecnológica e ser extremamente cautelosos e ponderados relativamente aos investimentos que possamos realizar nos próximos anos.
Qualquer investimento planeado deve ter em mente a perspetiva de incorporar a Inteligência Artificial Generativa como uma ferramenta poderosa para acelerar a transformação digital.
A tarefa não é simples, mas isso é típico em épocas de grande incerteza.